A dedicação tem nome. A persistência tem rosto. E o ouro, mais uma vez, tem endereço: Ilhéus. Os jovens atletas Yegor DaHora e Leonardo Léo, ambos frutos do projeto social Jiu-Jitsu Também Educa, escreveram mais um capítulo inesquecível em suas trajetórias no último 31 de maio, durante o Campeonato Mundial de Jiu-Jitsu, realizado em Vitória (ES).
Após manterem-se invictos na 2ª Etapa do Baiano, no dia 18 e nos eventos anteriores disputados esse ano, os dois voltaram aos treinos já na segunda-feira seguinte (19), sem descanso, com os olhos firmes no objetivo: o Mundial. O foco, a disciplina e o amor pela arte suave foram a base para um resultado que enche de orgulho toda uma cidade: Double Gold — ouro nas modalidades Gi e No-Gi.
Yegor, com apenas 16 anos, é o retrato do talento que floresce quando há oportunidade. Já Leonardo Léo, parceiro de treinos e de caminhada, também alcançou o topo do pódio duas vezes, mostrando que a garra dos meninos do GALPÃO X pode ecoar pelo mundo.
E eles não estavam sozinhos. Os atletas Rafaele Dias e Warly Meneses também conquistaram o Double Gold, provando que a força da equipe está no coletivo, na amizade, no treino duro e no apoio mútuo. Ao lado deles, Kayky Costa garantiu mais uma medalha de ouro, completando uma campanha histórica.
Ao todo, a equipe somou 17 medalhas: 9 de ouro, 6 de prata e 2 de bronze.
Mais do que números, essas medalhas carregam histórias de superação, de noites mal dormidas, de treinos em chão batido, de batalhas vencidas muito antes do primeiro combate. Histórias de jovens que sonham alto, mesmo com os pés descalços.
De volta à terra natal, os campeões não tiveram descanso: já estão nos ajustes finais para mais um grande desafio — o BJJ PRO BAHIA, que acontece neste domingo (15). Um evento de peso, respeitado em todo o Brasil, e que exigirá mais uma vez o melhor de cada um deles.
Os obstáculos são grandes, mas o espírito de luta é maior. Porque, para esses garotos, cada medalha é mais que um prêmio — é um grito de resistência, um chamado de esperança, uma afirmação de que o esporte pode, sim, transformar vidas.
É importante ressaltar: todos esses atletas são independentes, sem patrocínios fixos, vindos de um projeto social que há anos constrói campeões no corpo e na alma. Eles seguem firmes, acreditando que o apoio do poder público e da iniciativa privada pode ser a ponte para que mais sonhos sejam alcançados — e para que, em breve, sejam eles os mentores de novas gerações.
O ouro foi conquistado, mas o verdadeiro prêmio está além do pódio. Está no exemplo.
E o exemplo que vem de Ilhéus é claro: com oportunidade, todo talento pode brilhar.