Apesar da investigação se concentrar, inicialmente, na secretária de assistência social de Ilhéus, culminando nas prisões dos ex-secretários Jamil Ocké e Kácio Brandão, ambos do PP (Partido Progressista), o Ministério Público da Bahia descobriu que o esquema criminoso constitui-se de um núcleo político-administrativo e grupo empresarial bem delineado com atuação em diversas secretárias municipais, dominando o fornecimento de materiais de expediente, gêneros alimentícios, eletroeletrônicos com valores vultosos, como forma de lesar o erário público, no esquema de desvio de recursos.
Ainda conforme com o MP, as investigações que ainda estão em curso demonstram ainda, a existência de um grupo político administrativo incrustado desde 2009, no primeiro escalão da secretária de assistência social, responsável pela viabilização dos interesses ilícitos do empresário Enoch Andrade, bem como em outras áreas da administração municipal como as secretárias de saúde, educação, administração, desenvolvimento social, gabinete do prefeito e agricultura e pesca. Entre os anos de 2012 (governo Newton Lima) e 2016 (prefeito Jabes Ribeiro), o esquema criminoso surrupiou mais de R$ 20 milhões do tesouro municipal.
Continuam presos desde o dia 21 março, no presidio Ariston Cardoso, em Ilhéus, o vereador Jamil Ocké, o ex-secretário de assistência social, Kácio Brandão e o empresário Enoch Andrade. Existe a possibilidade que novas prisões possam ocorrer a qualquer momento, no desdobramento da Operação Citrus, já que as investigações ainda estão em fase inicial.
Confira as secretárias municipais envolvidas no esquema fraudulento: