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Sindimed denuncia ao Ministério Público do Trabalho modelo de contratação de médicos pelo Governo da Bahia

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Denúncia sindicato dos médicos BA.

Nesta segunda-feira, 08 de março, o Sindimed-BA protocolou no Ministério Público do Trabalho denúncias em relação ao modelo de contratação de médicos pelo Governo da Bahia, que há onze anos, não realiza concurso público para esses profissionais. A presidente do Sindimed, Dra. Ana Rita de Luna afirma que, ao longo desses anos, “para atender a população nos hospitais públicos do estado, a classe vem sendo obrigada a trabalhar com contratos precários através de empresas que intermediam a mão de obra médica”.

A dirigente do Sindicato dos Médicos da Bahia informa que essa prática de credenciamento burla a obrigatoriedade constitucional da realização de concursos públicos. “Esse modelo, além de precarizar o trabalho médico, deixando o profissional sem qualquer garantia, também expõe pacientes a riscos. A sociedade precisa saber que nessas contratações não são exigidos critérios técnicos ou de experiência, nem são feitas provas de seleção.”

Os médicos com vínculo CLT, que trabalham em organizações sociais, estão sendo pressionados a pedir desligamento, renunciando aos seus direitos trabalhistas. “Houve situações em que gestores da Sesab coagiram médicos a pedir demissão das organizações em que eram empregados com o argumento de que só assim continuariam a trabalhar na Unidade, sendo posteriormente contratados através de outra PJ”, afirmou a presidente do Sindicato.

De acordo com os levantamentos do Sindimed, as empresas de intermediação é que providenciam a celebração dos contratos, o ingresso de médicos das pessoas jurídicas, promovem alterações sociais próximas às datas de contrato para efetivar a contratação de determinado grupo de médicos, emitem nota fiscal e distribuem plantões.

Além disso, na denúncia ao MPT, a assessoria jurídica do Sindimed reuniu dados de contratações das empresas que agenciam os médicos, com evidências de favorecimento e de práticas ilícitas. Mais de 151 milhões de reais foram pagos pelo governo do estado através de 238 contratos, nos últimos dois anos, abrangendo 232 empresas.

Esses recursos se referem apenas a contratos com pessoas jurídicas em que médicos constam como sócios. Não inclui, por exemplo, contratos firmados com organizações sociais que contratam médicos através de vínculos empregatícios.

A presidente do Sindimed, Dra. Ana Rita de Luna acrescenta que: “Na prática, esse credenciamento além de ser utilizado para burlar a obrigatoriedade do concurso, acaba abrindo várias outras brechas para o descumprimento da lei. Muitas dessas organizações, criadas especificamente para agenciar os médicos, não cumprem requisitos legais essenciais como empresas. Por outro lado, os médicos ficam subordinados pessoalmente aos gestores dos hospitais”.


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