Continua sendo ignorado as investigações em torno do escândalo da compra fraudulenta de respiradores pelo Consórcio Nordeste, liderado por governadores do PT. O prejuízo para os cofres públicos foi de R$ 48 milhões.
Comprados pelo Consórcio quando Rui Costa (PT) era o presidente, os respiradores nunca foram entregues nem o dinheiro devolvido. A investigação mostra detalhes escandalosos. Um é a escolha da Hempcare Pharma, empresa pequena que vende lingeries e produtos à base de maconha.
Apesar de ter só duas funcionárias e jamais ter atuado na área médica, a empresa foi contratada numa negociação feita “na correria”, via WhatsApp. A dona, Cristiana Prestes Taddeo, foi presa mas fechou um acordo de delação premiada onde fala de propina e superfaturamento.
O pagamento foi feito adiantado, o que não é incomum. No início das investigações, Cristiana contou que o então chefe da Casa Civil da Bahia, Bruno Dauster, pediu para o preço ser superfaturado e a contratação de um amigo dele por R$ 400 mil como “consultor”.
Cristiana relata um pedido de propina do petista Carlos Gabas, ex-ministro de Dilma Rousseff, escolhido por Rui Costa para ser o secretário-executivo do Consórcio Nordeste, que validou a compra. Gabas pediu 30 respiradores para o prefeito de Araraquara (SP), Edinho Silva (PT), como propina.
Como o caso envolve o governador da Bahia, Rui Costa, considerado “potencial investigado” pela Polícia Federal, o inquérito está no Superior Tribunal de Justiça, em segredo. A desculpa de Costa, à PF, foi de que “não fazia parte das atribuições dele” observar detalhes do contrato.
Matéria em parceria com o Site A Região.