O governador da Bahia, Rui Costa (PT), e sua mulher Aline Peixoto compraram em maio um apartamento-mansão de 356 m², com quatro suites, varanda gourmet e cinco vagas na garagem. O prédio de luxo se chama Edifício Mansão Bahiano de Tênis e fica na Barra.
A escritura registra que Rui pagou R$ 2,5 milhões à Graça Empreendimentos Imobiliários SPE Ltda, sendo R$ 2,1 milhões à vista e R$ 400 mil financiados pelo Banco do Brasil. O governador não terá dificuldade em pagar o condomĩnio de R$ 2.500 mensais nem o IPTU anual de R$ 19.800.
Porém a compra traz várias questões. Uma delas é a origem do dinheiro. Em 2018, Rui Costa declarou ao TSE que seu patrimônio total, entre bens e dinheiro, somava R$ 674 mil. Entre esta declaração e a compra do imóvel, ele recebeu de salário R$ 1.104.000 brutos. O salário é de R$ 23 mil.
Mesmo que o governador não tivesse gasto um centavo dos salários com luz, água, escola das filhas, médico, internet, gás, etc, nem tivesse descontado IR e INSS, ele somaria em maio deste ano R$ 1,7 milhão. Então, como tinha R$ 2,1 milhões para dar à vista no fechamento do negócio?
É uma diferença de R$ 400 mil, mas certamente muito maior, já que é improvável que Rui tenha economizado seu salário integral durante os quatro anos e com certeza o líquido gira em torno de R$ 19 mil. Além disso, em fevereiro ele alegou não ter como pagar custas de R$ 1.900 de um processo. Pediu gratuidade.
Até o momento a imprensa baiana, amplamente dependente do governo petista, está calada sobre a denúncia, feita apenas em veículos nacionais. O Ministério Público da Bahia, que possui uma promotoria voltada para crimes cometidos por pessoas públicas, também não se posicionou.
Texto: Marcel Leal/A Região.
