Em alusão ao Julho das Pretas e ao Dia Internacional da Mulher Negra Afro Latino-americana e Caribenha, a Câmara de Vereadores de Ilhéus recebeu na 36ª Sessão Ordinária, nesta terça-feira (25), a doula Aline Madalena e a pastora Lucília Lopes para abordarem sobre o assunto. O momento foi proporcionado pela vereadora Enilda Mendonça (PT), que solicitou o tempo regimental para que o tema fosse tratado.
De acordo com a vereadora, “o objetivo é ampliar o debate e inserir temáticas voltadas para o enfrentamento ao racismo, sexismo, discriminação, preconceito e demais formas de opressão que as mulheres negras vêm sofrendo ao longo dos anos, além de debatermos a ampliação de direitos, democratização dos espaços de poder e decisão na sociedade, promoção, valorização e discussão sobre a identidade da mulher negra”.
Aline Madalena de Jesus Oliveira, que é doula, pedagoga, mestra em Relações Étnico-raciais e muzenza no Terreiro Matamba Tombenci Neto, foi a primeira convidada a fazer uso da tribuna. Em sua fala, ela disse que, como doula negra teve a honra de acompanhar outras mulheres que também são negras em um momento de grande significado em suas vidas: a maternidade. “É um momento único, mas sabemos que mulheres negras e indígenas estatisticamente são as que mais sofrem com a violência obstétrica e o racismo”, comentou Aline.
A segunda convidada da vereadora Enilda foi Lucília Lopes, pastora bilíngue (português x libras), professora do Departamento de Artes e Letras da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) e mestra em Linguísticas. Em seu pronunciamento, ela falou que ser uma mulher negra, evangélica e ilheense a conduz a exercer papéis muito difíceis em
termos de fé, cidadania e gênero.
Na oportunidade, a vereadora Enilda Mendonça realizou uma homenagem à Maria José dos Santos, 92 anos, mulher preta com grande serviço prestado à sociedade como parteira, nascida em Banco do Pedro e moradora de Sambaituba.