O PT da Bahia vai ficando cada vez mais refém dos partidos que compõem a base aliada, mais especificamente do PSD do senador Otto Alencar, presidente estadual da legenda.
A força do PT não vem mais do próprio PT, que vai se definhando a cada eleição. São as três principais lideranças da sigla – governador Jerônimo Rodrigues, ministro Rui Costa e o senador Jaques Wagner – que fazem com que o PT sobreviva.
A sucessão de Ilhéus é a prova inconteste de que estão tratando o PT com desdém, como se fosse uma agremiação partidária nanica, sem expressão nacional.
Otto Alencar não quer nem ouvir falar no apoio do PSD à pré-candidatura de Adélia Pinheiro (PT) ao comando do Palácio Paranaguá. Mas quer o PT de Itabuna apoiando o segundo mandato de Augusto Castro (PSD).
O deputado petista Rosemberg Pinto, líder do governo na Assembleia Legislativa, vai fazendo suas articulações colocando seus interesses acima do PT. Basta um prefeiturável da base aliada, que esteja na frente nas pesquisas de intenções de voto, acenar que pode apoiar sua reeleição para o Parlamento estadual ou, quem sabe, à Câmara dos Deputados no pleito de 2026.
O governador Jerônimo Rodrigues, de olho na sua reeleição, evita qualquer tipo de atrito com as siglas da base aliada. Não se sabe nenhuma opinião do chefe do Palácio de Ondina sobre o processo sucessório quando há dois prefeituráveis de partidos que dão sustentação política ao governo.
O PT vai sendo enterrado pelo próprio PT. Vale lembrar que o presidente Lula já declarou que não compreende como um partido que tem o governador do Estado não consegue ter um maior número de prefeitos.
O líder-mor do Partido dos Trabalhadores vai ficar assustado com os resultados da sucessão municipal, principalmente com a vitória da oposição, tendo na linha de frente ACM Neto (União Brasil), nos maiores colégios eleitorais.
Artigo do jornalista Marco Wense.
