Os jogos online, como o “Jogo do Tigrinho” ou as apostas esportivas, já começam a afetar negativamente as famílias com menor orçamento. O destaque é da consultoria PwC Strategy& Brasil, que divulgou estudo analisando o impacto das apostas esportivas no consumo.
Desde que as apostas esportivas foram legalizadas no Brasil, em 2018, os gastos com jogos triplicaram entre famílias da classe C. O impacto é ainda maior nas classes D e E, onde a participação cresceu mais de quatro vezes. Apenas em 2023, os jogos online representaram 1,38% do orçamento mensal destas famílias.
A porcentagem é baixa, mas já significa uma transferência de recursos de outras áreas, principalmente lazer e cultura. 48% dos entrevistados das classes C, D e E, admitiram gastar menos com bares ou restaurantes para jogar. 41% reduziu os valores dedicados a cinema, teatros e shows.
Os resultados do relatório reforçam o quanto é preciso mudar o discurso em relação aos jogos online no Brasil. Apesar dos jogadores admitirem que apostam em busca de dinheiro rápido, a maioria assume que isto não acontece. Na pesquisa, 60% afirmam que perderam mais do que ganharam.
Quem deseja entrar no mundo da aposta de jogos online deve estar de olho nesses sinais. A recomendação de especialistas é que os jogadores conheçam seus limites e não invistam mais do que podem perder.
A regulamentação dos jogos também é uma tentativa do governo de mudar a chave no jeito que as apostas são abordadas. “Queremos transmitir para a sociedade brasileira que jogo não é meio de enriquecer, jogo é um lazer, uma diversão”, afirmou o ex-assessor especial do Ministério da Fazenda, José Francisco Manssur.