A remuneração da Polícia Civil da Bahia está na 26ª posição da fase final da carreira no “Ranking Nacional Salarial”, divulgado pela Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis (Cobrapol), em janeiro de 2024. A colocação reflete a desvalorização dos servidores da segurança pública do estado.
A primeira colocação do levantamento na condição de início de carreira, ocupada pelo Amazonas, possui subsídio de R$ 12.948,78, maior que o dobro quando comparado ao salário da Bahia, que totaliza R$ 5.958,01. Já na categoria de final de carreira, o resultado é ainda mais preocupante: liderada pelo Amapá, com remuneração de R$ 23.068,17, o valor é quase três vezes maior do que o pagamento provido pela Bahia, de R$ 7.887,38.
Mesmo com a desvalorização, os servidores da Polícia Civil mantêm a dedicação e excelente desempenho em prol da segurança pública. Na última quinta-feira (5), policiais capturaram dois suspeitos de envolvimento com o crime organizado, com lavagem de dinheiro, e atuação no tráfico de drogas: o influenciador digital Ramhon Dias e o rifeiro José Roberto, conhecido pelo apelido de “Nanam Premiações”, foram presos em uma operação comandada pela equipe policial de Salvador.
Sindicato dos Policiais Civis do Estado da Bahia (Sindpoc) está lutando em prol da proposta de reestruturação salarial para todos os cargos da categoria, através de negociações com a gestão pública. Para o presidente do Sindpoc, Eustácio Lopes, os números apresentados pelo relatório da Cobrapol mostram a incoerência em a categoria permanecer com o sistema remuneratório atual.
“Precisamos que as condições sejam alteradas, que os policiais tenham acesso aos subsídios que merecem receber. A desvalorização implica no desmonte e na falta de investimento não apenas dos nossos colegas, mas, também, à segurança de toda a população baiana”, afirma Eustácio.