Desde o início do ano, nós, alunos do Centro Estadual de Educação Profissional Nelson Schaun (antigo Estadual), viemos a público diversas vezes expor as condições precárias da unidade, que colocavam todos em perigo.
Desta vez, vamos à raiz do problema: a gestão escolar, que, por sinal, tem dado um show de horrores. Falta profissionalismo e qualificação técnica para conduzir esta escola, que um dia foi disputada por ser um local de ensino de qualidade. Agora, não passa de um grande elefante branco sustentado com os impostos da população.
Vamos relembrar: em março deste ano, os alunos denunciaram em uma página de notícias que as salas estavam com os ventiladores sem funcionar, e muitos passavam mal. Os líderes de sala foram à direção para conversar com o vice-diretor, que imediatamente sugeriu que “buscassem outra escola caso desejassem contar com ar-condicionado ou ventiladores em pleno funcionamento.”
Em maio, houve outra denúncia sobre problemas estruturais, como falta de energia, ventiladores quebrados, fios descascados e soltos, e as condições precárias às quais alunos e professores estavam submetidos. Mais uma vez, a direção foi o centro da questão.
Esse tipo de tratamento não se restringe apenas aos alunos; os próprios profissionais enfrentam situações que podem configurar abuso moral. Não é à toa que a escola está com baixíssima procura por matrículas, principalmente nos cursos da noite, que têm muitas desistências e baixa frequência. E isso é apenas a ponta do iceberg. A situação está tão grave que, na época em que abriram as inscrições para o ENEM, um dos diretores, em uma de suas raras aparições, foi até os alunos do noturno (que estavam lanchando) pedir que se inscrevessem, mesmo que não fossem fazer a prova, porque poucas pessoas haviam demonstrado interesse, e isso ajudaria a escola. Inclusive, na época, a própria escola se dispôs a realizar as inscrições.
Outra situação que ocorre com frequência é a falta de comunicação da direção com alunos e professores, que diversas vezes chegaram à escola apenas para descobrir, no momento, que não haveria aula ou que seria realizado um evento.
Como podem ver, a educação fez as malas e foi embora, e nenhuma autoridade competente tomou providências para colocar pessoas preparadas e comprometidas com o ensino público de qualidade. Antigamente, para ser diretor, eram realizadas eleições na escola, mas tudo indica que aqui (talvez em todas as escolas públicas estaduais de Ilhéus) virou uma questão política (se é que nos entendem).
Há muitas outras situações não relatadas em que alunos e profissionais foram maltratados neste ambiente. Esperamos que o poder público tome ciência e possa agir com urgência. Que esse não seja mais um pedido esquecido.