Fábio Roberto Notícias // Ilhéus . Bahia

Editorial: Como? Por Emenson Silva

“Repare como é belo, vê nosso povo lindo! Repare que é o maior prazer, bom pra mim, bom pra você. Estou de olho aberto! Olha, moço, fique esperto, que eu não sou menino!” Citando Lazzo Matumbi começo esse editorial que vem indagar sobre as reais condições do prefeito recém-eleito, Valderico Júnior, conseguir atender e cumprir tudo o que foi prometido nos tempos de campanha e atualmente, como na ‘Carta aberta à população ilheense’, publicada em suas redes sociais, na última semana.

Trazendo algumas promessas das campanhas, mas nos concentrando na carta aberta de Júnior, me veio o questionamento de como? Como que o novo governo vai tornar Ilhéus um lugar “mais justo, mais próspero e cheio de oportunidades para todos”? Como?

O tom da carta é de esperança, de busca por tempos melhores e longe de mim torcer contra isso. Como já disse no último editorial, sou ilheense, amo minha terra e quero muito essa tal prosperidade. Agora, é muito complicado sair garantindo situações sem sentir o peso da responsabilidade, sem entender a máquina e mais, enfrentando a oposição dos governos do estado e do federal.

Ilhéus aguarda ansiosa a passagem do bastão, que vai acontecer só em 01 de janeiro de 2025. Ansiosa para saber se a “camisa vai pesar”, se o time será capaz – alguns nomes que pairam nas rodas dos entendidos de política me causam certo temor, viu? Se o “oba oba” vai ser o clima do governo ou, a tal renovação realmente virá. “Zanzei zonzo” de tantas promessas, que resolvi parar para ter essa conversa com você. São narrativas ou existe a possibilidade de avançar? Precisamos lembrar que Ilhéus cresceu muito nos últimos anos. Muitas mazelas foram resolvidas, porém, enquanto organismo vivo, outras tantas continuaram e vão continuar surgindo a todo momento. Sempre terá mais o que se fazer em um município e apontar as falhas é muito mais fácil e prazeroso. O prefeito eleito estava justamente nesse posto, de apontador de dedos. Aí, retomo as minhas indagações. Como ele vai lidar estando agora, na vitrine?

Não quero aqui, de forma alguma, torcer contra ou acusar ninguém de bravatas, mas, como sempre neste texto, voltando a citar Lazzo, “Olha, moço, fique esperto, que eu não sou menino…” esse é o povo de Ilhéus, que já ouviu tanto e, como as urnas nos trouxe, quer essa renovação prometida.

A carta aberta é um gesto de esperança para o povo de Ilhéus, mas que essa esperança não seja a da espera e sim a do esperançar-se. Como nos explica Mário Sérgio Cortella, que diz que a esperança é uma ação, uma busca, um compromisso e não apenas uma espera. “É preciso ter esperança, mas tem de ser esperança do verbo “esperançar”, porque tem gente que tem esperança do verbo “esperar”, e essa não é esperança, é pura espera. Ah, eu espero que dê certo, eu espero que funcione, eu espero que aconteça… Isso, repita-se, não é esperança, mas um mero aguardar passivo. Esperançar é ir atrás, é se juntar, é não desistir; esperançar é procurar em nós e à nossa volta as sementes que urge exterminar, de forma a limpar terreno para proteger o Futuro e acolher a Vida com mais plenitude”, diz o filósofo.

O ilheense tem esperança, eu tenho esperança, mas também precisamos entender o “como” que essa esperança vai sair de uma mera espera, para uma construção de futuro?

“Repare como é belo, vê nosso povo lindo! Repare que é o maior prazer, bom pra mim, bom pra você. Estou de olho aberto! Olha, moço, fique esperto, que eu não sou menino!”

Por Emenson Silva.


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