Teodorico Majestade, imortalizado nos palcos do Teatro Popular de Ilhéus, foi mais que um personagem, tornou-se o símbolo de uma gestão que naufragou sob o peso de promessas não cumpridas e práticas desastrosas sem contar nos episódios que até hoje é difícil de acreditar que foram reais. A peça, que misturava crítica e humor ácido, foi um espelho de uma época em que a política local parecia mais uma encenação mal dirigida do que um esforço real de administração pública. Quando o pano caiu, o público, cansado e indignado, acreditou que aquele enredo jamais voltaria a se repetir.
Agora, os Majestades retornam ao centro da cena, um herdeiro prometendo um enredo novo.E rogo a Deus e aos orixás que tanto o protagonista quanto seu elenco não subam ao palco por subir e sim que façam a diferença prometida afinal, alimentar esperanças não é algo tão fácil assim porque se na execução houver erro, torna se frustração . O protagonista atual se apresenta como alguém disposto a romper com os erros do passado, implementar a nova política e renovar com métodos , estratégias , o tal “planejamento de gestão ” novas narrativas que chegam a convencer alguns , mas seu elenco conta com rostos familiares da política passada de Ilhéus. São nomes que já dividiram o palco em outras gestões, algumas delas igualmente controversas. Essa escolha lança uma sombra de dúvida: será que veremos uma nova história ou apenas a atualização de um roteiro antigo, com alguns ajustes de figurino?
Há mais elementos que tornam o enredo intrigante. Nos bastidores, a influência de certas figuras controversas da política ilheense — que tem marcas na história política da cidade tanto positivas quanto negativas — hoje , atuam com um gato preto cismado e manso nos bastidores do poder, com o nível de sagacidade é muito alto os seus passos mesmo sem se movimentar visivelmente são percebidos , ainda que tentando discrição todos os ilhéus o novo grupo interno e o externo já perceberam . Para muitos, essas figuras representam o ciclo que Ilhéus luta para superar: decisões que priorizam interesses de poucos, contrapondo a necessidade de debates com segmentos fundamentais da sociedade. O funcionalismo público que o diga.
Os herdeiros do legado carregam, assim, uma tarefa monumental. Ele promete renovação, mas precisa demonstrar que a presença de nomes antigos na equipe não será sinônimo de continuidade das práticas que já frustraram a cidade. O público, mais crítico e atento do que nunca, quer acreditar que este seja realmente um novo capítulo, e torcemos por isso afinal , o novo majestade não é ruim . Isso posso garantir. Mas, vamos orar a Deus para que ele
Tenha paciência e sabedoria para conduzir o seu reinado. E o tempo será o grande revelador.
A dúvida que paira sobre a plateia de Ilhéus é legítima: a gestão que se inicia será capaz de mudar o curso da história, ou caminhará naturalmente para ser mais uma peça, que nos fará rir (para não chorar) no grande teatro político da cidade? Se houver repetição, que esperamos que não , o que não faltará são artistas locais dispostos a trazer Teodorico Majestade de volta aos palcos e principalmente, de fazer agora, a mesma “justiça”que fizeram contra os desmandos do primeiro Majestade lembrando que tudo tramado e pensado para derrubar o rei da época. A população de Ilhéus, mais atenta e crítica do que nunca, acompanha cada ato desta nova peça, determinada a não ser feita de boba, como já tentaram em enredos passados. Que o novo Majestade tenha garra , força e capacidade para não ser massa de manobra do
Sistema interno , que ele tem pulso , mão de ferro e conduza com inteligência o jogo perverso da política local .
Artigo do professor Emenson Silva.