Na tarde desta sexta-feira (21), estudantes de Ilhéus realizariam um ato público na Praça Misael Tavares para exigir a saída de Larissa Costa, diretora do Núcleo Territorial de Educação (NTE 05) hoje responsável por dirigir mais de 100 escolas de Ilhéus e cidades vizinhas. A manifestação, organizada pela União Estadual dos e das Estudantes (UEES Bahia) e Uniões Municipais dos e das Estudantes de Ilhéus e Itabuna, reuniu estudantes indignado(a)s com a omissão da gestora diante de denúncias de assédio, racismo e homofobia nas escolas estaduais da região.
No entanto, ao invés de diálogo e transparência, os estudantes receberam como resposta uma forte intimidação por parte da Secretaria de Educação da Bahia e do próprio NTE 05, que, em uma tentativa de reprimir a mobilização, colocou viaturas da Polícia Militar na porta das escolas estaduais de Ilhéus. Relatos apontam que a presença ostensiva da polícia dentro da escola visava coagir os e as estudantes, impedindo-os de se expressar livremente e participar do ato, os estudantes de Ilhéus alegam ainda que se encorajaram após ver que alunos do CIEBTEC estavam vindo a público expor o terror que estavam vivendo dentro do ambiente escolar.
“Ao invés de investigarem as graves denúncias que apresentamos, tentaram nos silenciar com viaturas na porta dos colégios, policias armados tratando os estudantes como se nós fossemos os criminosos!”, denunciou um dos líderes do movimento.
“…Em uma clara tentativa de intimidar os estudantes a não saírem dos colégios para a manifestação, a secretaria da educação e o NTE 05, enviou para porta dos colégios, viaturas camburão da polícia militar, o que assustou os estudantes que se questionavam o porquê de tamanha violência psicológica para além do que já haviam passado e estavam denunciando, a forma que fomos tratados parecia que éramos nós os criminosos!…” Afirmou Allvaro Garrido, Vice-presidente da UEES Bahia que está na região acompanhado de perto a série de denúncias.
Além da saída da diretora, os estudantes continuam exigindo uma auditoria geral nas contas do NTE 05 e a implementação de medidas efetivas para resolver os problemas de assedio, racismo e homofobia praticados por gestores, problemas estruturais das escolas da região também impulsionam a revolta dos e das estudantes. O movimento reafirma que não se intimidará e que, diante da repressão, a mobilização apenas crescerá nos próximos dias, que ainda denunciam que o ex-diretor exonerado do Complexo Integrado de Educação Básica, profissional e Tecnológico (CIEBTEC), recebeu licença prêmio de 03 (três) meses publicada no diário oficial do estado esta semana;
“… é um absurdo o gestor é denunciado e como resposta a secretaria da educação, apenas exonera ele do cargo e concede a ele LICENÇA PRÊMIO (férias)… não da resposta nem retorno para os estudantes de encaminhamentos concretos, mais manda o camburão da polícia militar pra porta dos colégios para intimidar e impedir os estudantes de exercerem o seu direito de liberdade de expressão…” Declarou Allan Delon, presidente UMES de Ilhéus.
A UEES Bahia e demais entidades estudantis reforçam o chamado à comunidade, professores e demais trabalhadores da educação que também denunciam Larissa Costa, para se somarem à luta por uma escola pública verdadeiramente democrática, segura e inclusiva.
Vídeos: