ONG e ambientalistas da Região Cacaueira se movimentam para pressionar o governo do estado a suspender a construção da ponte que ligará o centro de Ilhéus à zona sul da cidade. A cargo da empreiteira OAS, o projeto preocupa líderes comunitários e entidades que atuam em defesa do meio ambiente. As obras foram iniciadas no fim de setembro sem debate prévio com a sociedade civil e especialistas na área, que cobram acesso a estudos detalhados de eventuais impactos ecológicos sobre a Baía do Pontal, formada pela confluência dos rios Cachoeira, Santana e Fundão com o oceano.
A mobilização foi organizada pelo Instituto Floresta Viva, Rui Rocha, e pelos movimentos sociais do Sul baiano. Prometida durante as campanhas de Jaques Wagner e Rui Costa ao governo em 2010 e 2014, a nova ponte Ilhéus-Pontal começou a ser construída na última sucessão estadual. Meses depois, no entanto, foi abandonada após o cerco da Operação Lava Jato sobre a Constram, empreiteira da UTC que havia vencido a concorrência. Pelo projeto inicial, concluído em 2013, a ponte teria 497 metros de extensão e custaria R$ 180 milhões. Agora, são 533 metros ao custo de R$ 99,6 milhões. Como o preço caiu pela metade mesmo com aumento de tamanho é outra resposta que os movimentos sociais de Ilhéus vão buscar na audiência pública.